Como pensar em inglês: a verdade vai te surpreender

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Pensar em inglês é um dos maiores sonhos de quem está estudando o idioma.
Neste post, a professora Simone Tostes apresenta como esse processo efetivamente ocorre quando você está estudando.

Pensar em inglês é um grande desafio para a maioria das pessoas que estão estudando.

Isso pode gerar um sentimento de frustração em quem está lutando para aprender.

Esse sentimento pode ser resultado de uma pressão ou mesmo de uma crença.

Dessa forma, acredita-se que pensar em inglês depende apenas de uma decisão consciente do aprendiz.

Portanto, não é incomum ouvirmos professores de inglês pedindo que, ao entrar na sala de aula, o aluno pense em inglês.

Entretanto, resta o questionamento: como fazer isso se você acabou de começar a estudar?

No entanto, o aluno sente o peso dessa responsabilidade de adotar esse novo sistema em inglês ao entrar na sala de aula para aprender.

Pensar em inglês ocorre em estágios

Por conseguinte, baseada em minha experiência como aprendiz e professora de inglês, passo a argumentar que pensar em inglês é uma possibilidade distante da maneira como é concebida no senso comum.

Entretanto, cabe ressaltar que o contexto que embasa minha afirmação é o de aprendizagem de inglês ou qualquer outro idioma como língua estrangeira.

Portanto, não estou falando aqui de situações em que o aprendiz vivencia o contexto da língua desde a mais tenra idade, quando inicia o contato com a língua no país onde vive.

Portanto, nesses contextos o aprendiz não adquire a língua somente na escolarização.

Em vez disso, ele adquire esse sistema como sua língua mãe.

Dessa maneira, estou tratando da aprendizagem do idioma em contextos onde há uma língua materna estabelecida e se pretende aprender outro sistema.

Sendo assim, estamos falando da língua estrangeira como nós, brasileiros, a conhecemos na nossa vivência escolar.

Portanto, é claro que aprender uma língua como nativo muda tudo.

O percurso da aprendizagem de inglês 

Da minha própria experiência, posso falar que pensar em inglês é uma condição bastante difícil para nós, falantes com outra língua materna.

Isso porque, mesmo depois de mais de 30 anos estudando o sistema da língua estrangeira inglês, ficou claro para mim que eu não penso em inglês.

Apesar de ter minha fluência comprovada em exames de certificação: tenho o Certificate of Proficiency in English, eu sei que não penso em inglês.

Posso afirmar isso porque, para mim, existem evidências claras de que eu penso primeiro em português antes de proferir um enunciado em inglês.

Assim, passo a explicar melhor minha crença.

Por diversas vezes, seja em palestras, aulas ou outras situações em que tive de me apresentar em inglês,vi que a língua portuguesa veio antes.

Dentro dessa esquema, várias vezes, mesmo em uma fração de segundo, tive de interromper o fluxo da fala para buscar o equivalente da palavra que eu estava pensando em português.

Por isso, para mim o processo que ocorre é semelhante ao percurso de aprendizagem de uma língua estrangeira.

Primeiramente, é normal que o aprendiz cometa erros na produção em língua estrangeira.

A seguir, como resultado de sua caminhada na escala de proficiência, é esperado que o aprendiz produza enunciados com erro e os corrija em seguida.

Em um estágio mais adiantado, o aprendiz já é capaz de se autocorrigir antes de proferir os enunciados, eliminando o erro. 

Por conseguinte, fiz um esquema que ilustra meu pensamento sobre como “pensar em inglês” efetivamente ocorre.

O esquema da aprendizagem rumo à fluência em inglês

Assim, em poucas palavras, o que acontece é a diminuição progressiva do tempo de processamento da L1 para a língua estrangeira.

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De acordo com o desenho que fiz, no eixo horizontal, encontra-se o tempo que leva para processar uma palavra de português para inglês.

No eixo vertical, temos os níveis de proficiência, que vão desde o mais baixo, A, ao mais alto, o C, tudo de acordo com o QECR

Assim, em poucas palavras, o que ocorre é a diminuição progressiva do tempo de processamento à medida que você avança na proficiência.

Por exemplo, se você leva 2 segundos no nível iniciante para organizar uma frase para descrever sua rotina diária, isso evolui para alguns milissegundos quando você chega ao nível avançado.

Libertando-se da crença errônea

Portanto, concluímos que a exigência de pensar em inglês, que é posta em sala de aula para o aprendiz, pode ser um equívoco.

Não obstante, é de se esperar realmente que o falante evolua na escala de proficiência à medida que avança nos estudos da língua.

Desse modo, haverá um incremento da aprendizagem na medida em que o estudante aprende a lidar com o erro.

Logo, os erros vão ficando menos frequentes quanto mais elevado é o nível de proficiência na língua estrangeira.

Vou falar da minha experiência de aprendizagem de inglês. Muitas vezes eu estou conversando com falantes nativos e me pego tentando acessar a palavra em inglês a partir de uma em português.

Isso é uma evidência de que, ao falar, o usuário de língua estrangeira naturalmente recorre ao seu repertório em português.

Somente depois de acessar primeiro o vocabulário na língua materna, o falante do idioma estrangeiro é capaz de transpor para a língua estrangeira.

É possível pensar em inglês?

É claro que sim! Mas isso ocorre em situações bem específicas.

A primeira dessas situações é nascer no país onde se fala a língua.

A outra possibilidade é você conviver com a linguagem imerso em um contexto onde a língua estrangeira é falada em todas as situações.

Mesmo assim, isso não é garantido, pois, dependendo da idade em que você passa a conviver com a língua estrangeira, pensar nesse idioma não é natural.

Portanto, se você é iniciante, o que você tem é o que a maioria das pessoas tem: uma língua materna que pode servir de base para a aprendizagem.

Por onde começar a estudar inglês?

Antes de qualquer coisa, para definir seu plano, você precisa descobrir em que nível você está.

Isso pode ser feito por meio de testes de nivelamento online gratuitos, disponíveis na web.

No meu artigo sobre como aprender inglês sozinho gastando pouco ou quase nada, compartilho algumas dicas de sites gratuitos para você começar seus trabalhos.

Para acessar um site com nivelamento gratuito do seu conhecimento em inglês, você pode clicar aqui.

Após realizar o nivelamento e obter o ponto de partida onde você está, você precisa definir sua estratégia.

Essas estratégias para aprender podem variar: você pode optar por aprender inglês sozinho ou ter um tutor.

Apesar de ser difícil, pois envolve muita disciplina e persistência, como falei no meu vídeo no Youtube, isso é bastante possível.

Para te ajudar, existe um sem-número de páginas eletrônicas que disponibilizam conteúdos de qualidade para você praticar as quatro habilidades linguísticas.

Assim, você pode clicar neste link para ver várias dicas de recursos disponíveis online para você explorar.

Concluindo para os primeiros passos 

Diante das ideias que apresentei, você pode ficar tranquilo ao perceber que está traduzindo as frases mentalmente antes de proferi-las em inglês.

Pois é o caminho natural de aprendizagem de qualquer língua estrangeira.

Por conseguinte, se você estiver realizando esse processo, é sinal de que você saiu do zero em direção à proficiência.

E apenas ignore aquelas pessoas que teimam em dizer que o aluno tem que aprender a pensar em inglês, pois isso ocorrerá da maneira como descrevi anteriormente.

Assim, com o tempo, você vai perceber que os momentos que você passa traduzindo da sua língua materna para a língua estrangeira vão se tornar mais raros.

Essa progressão vai ocorrer à medida que você avança na escala de proficiência.

Consequentemente, quanto mais fluente, menos tempo de processamento será necessário.

Se você quiser, pode assistir à live que fiz sobre o assunto deste post. 

Por fim, lembre-se de ir incorporando outras estratégias que você mesmo pode desenvolver para otimizar sua aprendizagem.

E não desista: lembre-se de que toda grande caminhada começa com um primeiro passo.

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